Pobres em Portugal são na maioria mulheres
Os pobres em Portugal são maioritariamente mulheres, entre os 40 e os 59 anos, desempregadas, com baixa escolaridade e com rendimentos inferiores a 150 mensais, segundo o perfil traçado num estudo da AMI divulgado esta quarta-feira.
O estudo "Vivência da pobreza - O que sentem os pobres?" foi realizado ao longo de 2012/2013 e envolveu os beneficiários dos Centros Porta Amiga da AMI em todo país (31.842), tendo sido validadas entrevistas de 26 mulheres e 24 homens, entre os quais desempregados, beneficiários do RSI, estudantes, reformados e empregados.
Apesar do estudo ter como objetivo "percecionar a imagem vivenciada da pobreza" na população apoiada pela Assistência Médica Internacional, a orientadora do estudo e diretora da Ação Social da AMI, Ana Martins, explicou que os resultados foram validados por instrumentos estatísticos que permitem extrapolar esta dimensão para um universo mais vasto.
Traçando o "perfil dominante da pessoa em situação de pobreza no universo da intervenção social da AMI", o estudo refere que tem "um rosto de mulher desempregada que vive na companhia de alguém, uma imagem dominantemente triste com um ar precocemente envelhecido, amedrontada, sempre com uma forte vontade de ajudar quem está pior que ela".
Apesar da baixa escolaridade (2º e 3º ciclo do Ensino Básico) e de pertencer a uma classe social muito pobre, esta mulher perceciona-se como sendo da classe média baixa e projeta-se a cinco anos como pertencendo à classe média baixa ou até mesmo média.
"Luta por um emprego, mas a falta de oportunidades ou a precariedade do emprego, juntamente com os baixos salários, impedem-na de se autonomizar, facto que por vezes, eventualmente, numa fase mais jovem da vida, lhe provoca sentimentos de revolta à mistura com sentimentos de solidariedade e pena de si própria e dos outros que possam viver em condições piores do que a dela", descreve o estudo.
23-01-2014
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Contribuintes vão pagar cerca de 251 milhões de euros
O presidente da Estradas de Portugal disse, esta quarta-feira, que os contribuintes pagarão cerca de 251 milhões de euros, acrescentando que, a partir deste ano, as subconcessões rodoviárias "vão impor um custo adicional" de 700 milhões de euros.
"O contribuinte, este ano, paga 251,5 milhões e é o melhor ano de todos. Este, meus senhores, é o melhor ano da Estradas de Portugal (EP) e não vai haver outro", afirmou António Ramalho, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, no âmbito de um requerimento do PS.
Isto porque, explicou, a partir de 2014, a EP recebe "um conjunto de subconcessões que vão impor um custo adicional de 700 milhões de euros".
O presidente da EP salientou que, até 2028, a empresa "tem um endividamento constante de cerca de 700 milhões" de euros, um valor que defendeu ser "fundamental reduzir".
"As subconcessões vão retirar-nos o equilíbrio", considerou.
António Ramalho disse que a redução de custos de 300 milhões de euros nas Parcerias Público-Privadas (PPP) foi alcançada: "A discussão que era o objetivo de 300 milhões [de euros] de redução no orçamento das famílias portuguesas foi atingida".
23-01-2014
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Ministro da Economia espera que emigrantes possam começar a regressar em 2014
O ministro da Economia saudou a descida dos juros da dívida soberana portuguesa manifestando-se esperançado que essa confiança passe para a economia real e permita, este ano, a descida do desemprego e o regresso de alguns dos que emigraram.
"O que a descida dos juros reflete é uma crescente confiança em Portugal por parte dos investidores, nomeadamente em dívida soberana e que, também, de forma gradual se está a transmitir, e irá transmitir-se mais no futuro, ao nível de outro tipo de investimento, de mais longo prazo", afirmou em Madrid António Pires de Lima.
O governante considerou que o primeiro sinal que gostaria de ver de recuperação económica em Portugal seria a "continuada descida da taxa de desemprego", depois dos dados positivos já verificados entre março e setembro e, antecipou, no último trimestre de 2013.
Pires de Lima manifestou-se ainda esperançado de que o reflexo das melhorias macroeconómicas permita "criar oportunidades para que algumas pessoas que emigraram possam voltar ao país".
"Mais ao longo do ano espero que seja possível também que, nomeadamente os setores privados, que estão a viver esta retoma e a sentir isso nas próprias contas das suas empresas, tenham a possibilidade de passar para os seus colaboradores alguns dos ganhos de produtividade que as empresas estão a conseguir", disse.
Para o ministro da Economia este é um processo "que não é imediato", porque a retoma está a ser dirigida pelas empresas, especialmente as exportadoras e o Estado não tem "nenhum papel mágico" para transformar essa retoma em benefícios imediatos para os cidadãos.
António Pires de Lima falava aos jornalistas portugueses no final do primeiro dia da sua visita a Madrid, onde está a realizar um roadshow de contactos com empresários e investidores para promover oportunidades de negócio e investimento em Portugal.
Nesse sentido, hoje reuniu-se com empresários de algumas das principais empresas já com investimentos em Portugal, que se comprometeram, disse, "a reforçar os seus investimentos" no país.
Durante a tarde, Pires de Lima reuniu-se com investidores institucionais e de capital de risco que "estão a seguir com muito interesse a evolução em Portugal e deram nota da sua disponibilidade para reinvestir no país, de forma direta ou partilhando investimentos com outras empresas na mesma área, de capital de risco".
"O interesse destas empresas por Portugal é muito importante. Temos que conseguir uma boa capitalização do nosso sistema empresarial, especialmente ao nível das PME. Esta disponibilidade (dos investidores) responde a este desafio", considerou.
Pires de Lima considerou que os dados positivos, tanto a nível da dívida soberana como de outros indicadores macroeconómicos justificam que o Governo "continue na boa linha".
"O Governo tem demonstrado uma enorme persistência no caminho que está a ser seguido. A economia está a reagir muito bem. Estamos claramente num processo de recuperação económica. E há que continuar nesta linha", realçou.
Na quarta-feira Pires de Lima visitará a Feira Internacional de Turismo de Madrid (FITUR) que será inaugurada pelos príncipes das Astúrias.
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Ligação ferroviária de alta prestação à fronteira só depois de 2015
A ligação ferroviária de alta prestação entre Sines e a fronteira espanhola só estará pronta depois de 2015, e dependerá da opinião dos empresários e do quadro de apoio comunitário, disse, esta terça-feira, o secretário de Estado dos Transportes.
"Mais do que colocar datas é importante garantir que há coerências dos planos. Quer Portugal quer Espanha tiveram necessidades de rever planos dos governos anteriores, porque esses planos estavam desadequados da realidade económica", disse, esta terça-feira, em Madrid, Sérgio Monteiro.
"Estamos comprometidos em ter um plano que seja executável, viável e que tenha impacto e apoio na economia", insistiu o governante português depois de uma reunião com a ministra do Fomento espanhol, Ana Pastor, em Madrid em que participou também o ministro da Economia, António Pires de Lima.
Monteiro explicou que o projeto final pode incluir linhas de "alta prestação", com velocidades ligeiramente acima dos 200 quilómetros, essencialmente de mercadorias, mas também "abertas a passageiros", tanto a partir de Sines/Lisboa como, eventualmente, de Aveiro.
Sérgio Monteiro destacou que o Governo está à espera da entrega, até final do mês, do relatório do grupo de trabalho de infraestruturas de elevado valor acrescentado, um documento "da economia real, dos empresários" que vão dizer o que consideram "importante para reduzir custos de contexto e aumentar a competitividade".
"A partir daí podemos tornar coerente o nosso plano com o plano espanhol e garantir que nas ligações transfronteiriças e nas ligações da rede transeuropeia nós temos infraestruturas com um custo mínimo e um impacto máximo na competitividade", sublinhou.
22-01-2014
22-01-2014
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